Nos meus olhos chove
esta noite.
Downtown
quinta-feira, outubro 29, 2009
sexta-feira, setembro 25, 2009
As casas são mais bonitas de manhã. Só nesse desamparo morno damos por isso.
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segunda-feira, junho 29, 2009
Ok, pus-me a ler posts antigos e admito: foi muito difícil, para mim, deixar de fumar. Mas consegui. E, sim, sinto-me melhor. E, sim, estou muito orgulhosa por não fumar. E, sim, andei a estrebuchar por todos os lados, a vociferar contra tudo e contra todos, a dizer que não queria ser não-fumadora, que não tinha nascido para ser saudável e, no entanto, aqui estou eu. Sobrevivi e até aconselho. Já estou quase a fazer um ano e nem uma baforada!
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quarta-feira, maio 20, 2009
O Príncipe Real, em Lisboa, começa a espreguiçar-se a esta hora. Deverão ser ainda nem umas nove da manhã. As coisas são ainda muito mornas e turvas a esta hora, antes do café no quiosque, na esquina, em jeito de fila de espera para o dia que vem. As cabeças vagueiam, os passos apressam-se, alguns ainda se alongam a esta hora, na entrada vagarosa para os autocarros.
- Olá, Dona Maria. Está muito bonita. – solta-lhe uma morena, mais nova, metade da idade, curiosa, atrevida, no primeiro banco do autocarro, depois de rápida treta com o motorista. Está ainda a contornar o Príncipe Real, o autocarro rumo ao Cais do Sodré, e a conversa já vai nisto:
- Temos que nos arranjar… Lá porque sou velha – responde-lhe a outra, na mesma moeda, em tom directo, quase rude.
- Então, mudou de casa?
- É.
- Já soube. É porque está rica, então – sem rodeios.
- É, é… – falsa modéstia.
- Olhe, deve ser dos anos que você esteve em França. Também trabalhou lá, não trabalhou? – pergunta-lhe a outra.
- 30 anos! E ainda trabalhei mais aqui, quando regressei a Portugal com o meu homem.
- O que é que você fazia em França?
- O que é que eu fazia? Trabalhei em hotéis! Muitos anos! Fui para França muito nova e, olhe, devia era ter ido mais cedo. Tinha que ser na altura, cá não havia trabalho… Agora, não se quer trabalhar…
A esta altura a conversa já estava com uns níveis de decibéis impressionantes, estavam as duas praticamente a gritar de uma ponta do autocarro para a outra.
E a outra:
- Mas está a gostar de estar na sua casa nova?
- Estou. Só não gosto é (e olha em seu redor, tentando perceber quem vai no autocarro a ouvir a conversa entre as duas, alto e bom som, separadas por várias cadeiras, toda a gente pode ouvir), espero que não esteja aqui nenhum, eu até tenho amigos brasileiros, para o caso de estar aqui algum, mas os que estão lá por baixo da minha casa, olhe, é um barulho… não se aguenta – suspira.
Alguém responde à ex-emigrante do fundo do autocarro. É uma voz de homem:
-É a lixeira! Portugal é a lixeira do mundo. Vem cá tudo parar – e enumera toda a gente de outras nacionalidades, raças e credos, diferentes de si, imagino.
Não era a resposta que eu esperava, mas as duas senhoras gostaram de ouvir. Responderam as duas:
- É verdade, e depois não há emprego para os nossos.
- Não sei onde é que isto vai parar… - disse, esquecida da seu passado, a senhora que, e muito bem, fazia questão de continuar a ir ao cabeleireiro na velhice e viuvez e que, quando foi mais nova, teve que ir para França limpar hotéis.
Como é possível tanto esquecimento?
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quinta-feira, maio 14, 2009
tenho uma vida nova. é só para dizer isto. a toda a gente. apetecia-me.
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