Fellini. Ainda cabe na palma da mão. Mia baixinho, enrosca-se para dormir perto de pernas humanas e já faz asneiras. Hoje, por exemplo, quando acordei, abri os olhos e vi-o enfiado dentro da lata das bolachas, que estava pousada no chão, ao lado da minha cama. Ele cabe lá dentro, perfeitamente e à vontade. Quando chegou a minha casa, não conseguia subir nem descer as escadas, mas demorou cinco minutos a aprender. Fá-lo com esforço, uma patinha, depois outra, mas lá sobe, a miar, mimalho na sua resmunguice. E até já sobe para cama, que é alta: atira-se, fica pendurado nos lençóis e, depois, trepa. Aninha-se e fica sossegado a dormir. Os olhos ainda são de bebé, meio adormecidos e perdidos no pêlo preto. Tem garras afiadas, mas falta-lhe a outra garra felina; ainda é um trapalhão, fofo, mas trapalhão, sobretudo quando corre para se esconder atrás dos armários, e ficar a espreitar...