quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Um furo jornalístico capaz de ressuscitar os mortos

Depois de Match Point, muito mais sombrio, Woody Allen regressa às telas com Scoop, em português furo jornalístico. Scarlett Johansson está lá outra vez, assim como Londres. O amor não é agora tão neurótico nem o cenário de fundo é Manhattan, mas os ingredientes humorísticos mantêm-se. Scoop tem a inconfundível assinatura de Woody Allen. Não é um humor qualquer. E Woody também está de regresso ao grande ecrã, vê-lo entrar em cena no papel de mágico Splendini vale a ida ao cinema. Apesar de não ser negro como em Match Point, o amor em Scoop continua a ser muito mais erótico do que naqueles velhos filmes passados em Nova Iorque. Ainda em relação a Match Point, mantêm-se as referências à aristocracia inglesa. Resumidamente, o filme, que é uma comédia, conta a história de Sondra Pransky (Scarlett Johansson), uma jovem aspirante a jornalista, que um dia é enfiada dentro de uma caixa num espectáculo do fabuloso mágico Splendini. Durante os escassos minutos em que está dentro da caixa, Sondra recebe uma visita de outro mundo: um falecido e famoso jornalista regressa à terra dos vivos para lhe sussurrar ao ouvido uma notícia bombástica que ela deve investigar. O resultado desta aparição? Sondra e Splendini juntos nas mais variadas situações, vivendo as mais bizarras peripécias, fazendo-se por passar por outras pessoas. O pior é que Sondra se apaixona pelo alvo da sua investigação, um aristocrata rico que poderá ser um perigoso assassino. A história está cheia de enganos, mentiras e paixão, de farsas e duplas personalidades, de coincidências, sorte e azar, muitas das temáticas de Match Point, mas que surgem aqui de forma muito mais luminosa e, sobretudo, sorridente. De qualquer forma, independentemente de se dizer que é mais do mesmo ou que é um registo novo, é Woody Allen. Alguém consegue ficar sério?

2 comentários:

Anónimo disse...

Tb gostei muito! Pra mim o Match POint é um preciosismo mas o Scoop mantém-se fiel ao Woody. Os proprios títulos dos seus filmes sao mt bem escolhidos :) (ana isabel)

Anónimo disse...

Não me identifico muito com o seu fatalismo e pessimismo, mas adoro a minúcia, o detalhe, a ironia, q exigência... E claro, nunca consigo ficar séria!

Beijinhos.

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