quarta-feira, outubro 11, 2006

na rouquidão, na voz mais escura, nas noites todas, nas nuvens, nos picos, nas feridas mais abertas, no sangue mais vivo, no invisível, na noite, no passeio, nas pedras, na calçada, na solidão, no desejo surdo, no barulho, nos intervalos, nas sombras, no primeiro momento do mundo, nos acordares, no sobressalto, na asfixia, na perda, procuramos a tactear uma surdina que não existe. Um rasto. O pó dourado da estrela mais negra de todas. Não se deve tocar com os dedos nessa estrela negra. Não é mágoa o que se espalha pelo corpo, é silêncio. Só ainda não sei se é eterno ou se morre. Será como o tempo, mas não sei, na mesma, se o tempo é eterno ou se morre.

2 comentários:

Anónimo disse...

O tempo morre e renasce a cada instante. Penso eu...

JC disse...

A mim costuma morrer-me nas mãos, mas nem sempre dou por isso...
Já dizia o Variações que o "tempo foge, mesmo de quem diz que está para durar"...

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