sexta-feira, julho 21, 2006

Saberás que não te amo e que te amo
Pois que de dois modos é a vida,
A palavra é uma asa de silêncio,
O fogo tem sua metade de frio.

Amo-te para começar a amar-te
Para recomeçar o infinito
E para não deixar de amar-te nunca:
Por isso não te amo ainda

Amo-te e não te amo como se tivesse
Nas minhas mãos a chave da felicidade
E um incerto destino infeliz.

O meu amor tem duas vidas para amar-te
Por isso te amo quando não te amo
E por isso te amo quando te amo

(Pablo Neruda)

1 comentário:

Anónimo disse...

O amor é de facto uma incoerência deliciosa e mártir.

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